Após ser diagnosticada com câncer de ovário há 10 anos, a matonense de 56 anos, professora de Educação física, Edna Martins de Oliveira foi curada e prossegue em acompanhamento pelas equipes de saúde deste então.
Em parceria com o Hospital de Amor, a Prefeitura de Matão, por intermédio da Secretaria de Saúde, realiza o programa de prevenção ao câncer do colo uterino. Para se manter com a parceira, a cidade deve buscar, ao longo de 12 meses o cumprimento de uma meta mensal de 856 exames de papanicolau , o que significa 45% do número de mulheres do município, cujos dados são fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas, segundo dados fornecidos pelo SUS, uma média considerada baixa, de apenas 36% das matonenses realizou o exame, no período entre os meses de janeiro e agosto de 2023.
Por isso, na semana anterior, o prefeito Cido Ferrari participou de uma reunião no Hospital de Amor, em Barretos, acompanhado do Secretário de Saúde e da Enfermeira responsável pelo programa em Matão, a fim de avaliar iniciativas práticas que possam conscientizar as mulheres, que ainda não realizaram o exame preventivamente.
“Esperamos que todas as mulheres matonenses façam, o quanto antes, o exame gratuito de rotina papanicolau, na rede municipal de Saúde. Esse convênio com o Hospital de Amor é muito importante para o município, pois o serviço prestado tem alta tecnologia e qualidade, já que mesmo após a mulher ser curada, ela pode continuar o tratamento, periodicamente”, avaliou o prefeito Cido Ferrari.
Conforme ressaltou o secretário da Saúde de Matão Orivaldo Reguin Faro, “a rede do SUS do nosso município busca, de maneira técnica e humanizada, realizar o exame papanicolau, por uma questão de prevenção, que garante a saúde e a vida das mulheres. Uma vez diagnosticado o câncer de colo de útero, o Hospital de Barretos, garante o tratamento contínuo, e para conhecimento da população os custos variam entre R$ 60 mil a R$ 130 mil reais, por paciente”.
Preventivamente, o papanicolau é capaz de descobrir se há alterações nas células do colo uterino e pode também ser chamado de esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical. O nome mais popular ‘papanicolau’ é uma homenagem ao patologista grego criador do referido método, Georges Papanicolau.
De acordo com a enfermeira responsável pelo Programa de prevenção ao câncer de colo de útero, Vanessa Saraiva Carvalho Graziosi, “a mulher pode colher o papanicolau em qualquer unidade de Saúde de Matão, não precisa nem agendar. Assim que as coletas chegam ao Hospital de Amor são analisadas, uma vez diagnosticadas com alterações, nossas Unidades de Saúde recebem os resultados com mais rapidez e realizam contato com a mulher. É dado inicio a investigação através de exames de colposcopia e biópsia, sendo positivo para câncer, ela prossegue o tratamento em Barretos”.
O convênio com o Hospital de Amor permite que as mulheres matonenses façam o exame por meio líquido, mais eficaz, comparado ao exame realizado com utilização de lâmina.
“Consideramos o meio líquido, um método de alta qualidade para a detecção de alterações no colo do útero, pois o procedimento é realizado com uma espécie de ‘escovinha’, que faz o esfregaço, de forma estéril, seguidamente inserida em um frasco, com líquido, cuja solução fica protegida dentro de um ‘potinho’. Já a amostra coletada por lâmina tem maior probabilidade de dar insatisfatório o exame, sem a coleta do número suficiente de células para análise”, esclareceu a enfermeira, Elizângela Joia.
Como forma de sensibilizar e conscientizar as matonenses a priorizarem a sua saúde, quanto a realização do exame papanicolau, a paciente de 56 anos, professora de Educação física, Edna Martins de Oliveira, conta que já foi curada por duas vezes e prossegue em acompanhamento pelas equipes de saúde deste então.
“Não sinto nenhuma dor, agradeço a atenção das equipes da Saúde de Matão e aos médicos do Hospital de Amor de Barretos. Atuei como professora de Educação Física em escolas do Estado, agora aposentada, portanto sempre fiz muito exercício físico, mesmo assim tive alterações. O que me salvou e me mantém viva é o tratamento. Mulheres, façam o exame, pensem em vocês em primeiro lugar!”
E completa: _“recentemente, eu e minha irmã tivemos câncer de ovário e fomos incluídas em pesquisa científica internacional, para verificar se a causa é hereditária”.