Prefeitura e IFSP estabelecem parceria para valorização étnica e cultural nas escolas municipais

A iniciativa do Instituto Federal de São Paulo - Câmpus Matão, utiliza-se da educação ambiental enquanto fio condutor para valorização da cultura afro-brasileira. São cultivadas e doadas mudas da árvore baobá, que por ter um tronco espesso, pode armazenar grande quantidade de água, o que a torna resistente aos tempos secos. Essa simbologia da espécie baobá é comparada a resistência do povo afrodescendente, no processo de escravização, liberdade e combate ao racismo, e foi explicada pela coordenadora Profª Dra. Valquíria Pereira Tenório, socióloga e pesquisadora do tema.

No entendimento da Prefeitura, através da Secretaria de Educação e Cultura, a troca de conhecimentos com gestores educacionais vem somar e assim potencializar as ações já desenvolvidas na rede pública de ensino municipal em Matão, por meio dos Comitês Antirracistas, criados nas escolas.

“Consideramos que a conversa sobre esse assunto precisa ser bastante aprofundada e que o IFSP tem conhecimento pra isso, o que vem fortalecer as ações da nossa rede educacional municipal, que sintonizada com o tema vem movimentando os ‘Comitês Antirracistas’. E percebemos que a valorização da diversidade cultural deve ajudar na construção de um futuro mais justo para todos”, avaliou o prefeito Cido Ferrari.

O Projeto Afrobaobá tem um viés científico, ao abordar questões históricas que geraram as duas formas de racismo institucional e estrutural. A ação é mediada pela socióloga Profª. Dra. Valquíria Pereira Tenório, Profa. Dra. Eliziane, Prof. Dr. Felipe, Prof. Me. Antonio Marcos e Prof. Dr. Mauro, além das estudantes bolsistas Júlia Adrielli e Sophia Gabrielly, e da estudante voluntária Ana Beatriz, do curso de Licenciatura em Química.

A participação da Educação Municipal está alinhada as Políticas Afirmativas que buscam corrigir desigualdades históricas e promovem a inclusão de grupos minoritários, como negros, indígenas e pessoas com deficiência, no sistema educacional. “Foi muito interessante a formação (palestra) e a parceria com o Instituto Federal e a Professora Dra. Valquíria têm ajudado a rede municipal nas reflexões sobre as questões étnico raciais”, avaliou Claudionice Bellintani, diretora do Departamento de Educação.

Para saber mais sobre o assunto:

As principais leis que orientam a educação antirracista nas escolas são: a Lei 10.639/2003 (que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana), bem como a Lei 11.645/2008(que estende a obrigatoriedade para a história e cultura indígena). Ambas combatem o racismo estrutural, através da valorização da diversidade cultural.