Casa da Cultura vive noite vibrante de música e reflexão sobre ‘Consciência Negra’
O show ocorreu na sexta-feira (14) e fez parte do projeto ‘Sexta Básica’.
A Casa da Cultura viveu uma noite marcada por música, emoção e reflexão sobre as contribuições do povo africano com a formação cultural brasileira. O espetáculo ‘Canto de Todos os Cantos’, apresentado pela cantora Keylla Emerich e acompanhada pelo pianista Davi Emerich e o baterista João Ramos, encantou o público e reforçou a força da música enquanto instrumento de encontro e sensibilidade.
Desde os primeiros acordes, Keylla levantou o astral e criou uma atmosfera deliciosa, mantendo a energia lá no alto do início ao fim. Seu repertório impecável transitou pela força da Música Popular Brasileira (MPB), bem como a suavidade da Bossa Nova e intensidade do R&B contemporâneo (gênero musical que surgiu na década de 1980, combinando elementos do rhythm and blues com pop, soul, funk, hip-hop e música eletrônica), renovando clássicos de Belchior, Caetano Veloso, Tim Maia e Djavan, além de homenagear artistas atuais como Iza e H.E.R.
Idealizado pela professora e ativista cultural Lígia Nicolucci, o ‘Sexta Básica’ é um projeto mantido pela Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Educação e Cultura, com o objetivo de receber sempre um artista da casa, cujo repertório deve ‘conversar’ com arte, cultura e literatura.
“Parabéns a todos que estão tocando em frente a cultura em Matão, artistas, público, em fim a todos que participaram dessa linda noite de show e reflexão sobre consciência negra”, celebrou o prefeito Cido Ferrari.
A plateia respondeu com entusiasmo — do mais velho ao mais novo — transformando a noite em um momento verdadeiramente inesquecível. “A cantora Keylla levantou o astral e deixou uma vibe lá em cima! Todo mundo curtiu. O repertório foi impecável. Uma noite simplesmente inesquecível”, relatou um dos presentes.
Além da música, o evento abriu espaço para reflexão sobre a ancestralidade brasileira, mediada pelo artista e Gerente de Difusão Cultural, Elio Floriano. Ele destacou a importância histórica do ‘Dia 20 de novembro, data que marca a luta e a resistência da população negra no Brasil. O artista relembrou que há aproximadamente 380 anos se iniciaram os períodos mais conhecidos de formação e potência dos quilombos, como o Quilombo dos Palmares — símbolo de liberdade, luta e resistência. Ressaltou ainda o legado de Zumbi, cuja memória inspira a celebração do Dia da Consciência Negra em todo o país, como um momento essencial para reconhecer a história e reafirmar o combate ao racismo.
Conforme refletiu o Gerente de Formação Cultural, Danilo Gomez, eventos como esse são fundamentais para a missão da cultura pública: “Promover uma programação que celebra e conscientiza é essencial para formar cidadãos mais sensíveis, críticos e conectados com nossa história. A cultura tem esse poder de educar pela emoção, pela memória e pelo encontro.”
Já o Gerente do Centro de Educação Complementar, Anderson Cussolim, destacou a alegria que tomou conta da Casa da Cultura: “Foi uma noite emocionante, leve e cheia de vida. Ver o público tão envolvido, cantando, sorrindo e refletindo junto é o que nos motiva a continuar fortalecendo nossos espaços culturais.”
Assim, a noite uniu arte e consciência: uma celebração da música em toda sua diversidade, acompanhada do reconhecimento da trajetória de resistência e ancestralidade que marca a história do povo negro no Brasil. Um encontro que emocionou, inspirou e reafirmou o papel transformador da cultura na comunidade.
Foto: Nadiane Santos (fotógrafo).